O ser humano tem sido, basicamente, descrito como sendo composto de três entidades separadas. O homem tem experiências físicas através das sensações (o tato, a visão, a audição, paladar, audição) – e também através de instintos de fome, sexo e autopreservação.
As experiências humanas demonstram que a mente, através dos pensamentos, ideias, conceitos, imagens une-se ao corpo e ao espírito através de emoções e sentimentos de raiva, amor, ódio, compaixão, nos quais as necessidades e percepções físicas e psicológicas são sentidas.
Há uma certa tendência em separar o corpo da mente e encarar cada um dos diversos aspectos da condição humana como sendo capazes de existir independentemente uns dos outros. Porém, à medida que a pessoa descobre a natureza da conexão entre a mente e o corpo, o nível da percepção humana começa a se modificar.
Compare-se a um alpinista, por exemplo. À medida em que ele escala uma montanha depara-se com uma perspectiva diferente. O mesmo acontece com você quando percebe a conexão entre o seu corpo e a sua mente.
Enquanto o alpinista está no pé da montanha, a visão dele é limitada. Quanto mais alto ele chegar, mais claramente visualizará o todo à sua volta.
Observe o processo da doença que é somatizada no corpo físico, como resultado dos aspectos emocionais que não foram “digeridos” pela pessoa. Quando um médico encara o desenvolvimento de uma úlcera estomacal como resultado da acidez em excesso e trata-a com antiácidos ou realiza uma cirurgia para estancar a produção de ácidos; é uma “visão” baseada apenas na perspectiva física, que é correta, mas fragmentada. Se este profissional se propusesse a “subir” à montanha, teria uma perspectiva diferente que incluiria a parte física, levando também em consideração o aspecto psicológico.
O paciente com úlcera estomacal pode ter pensamentos que lhe causem aborrecimentos. Pode ter sentimentos de ansiedade ou de medo. Talvez o seu casamento esteja passando por uma fase difícil ou ainda a pessoa pode estar à beira da falência. Fatores pessoais e condições sociais têm o seu papel a desempenhar. Não quero dizer com isso que a “úlcera” exista apenas na mente e não seja real. A parte física do problema é tão real quanto os sintomas mentais que o indivíduo possa ou não ter. Talvez ele não esteja passando por nenhum problema mental e peça ao seu médico para tratar apenas a úlcera sem fazer muitas perguntas a respeito da sua vida sexual.Tanto o médico como o paciente ficarão, neste caso, no nível de percepção que se permitiram.
Da mesma forma que o alpinista, talvez, médico e paciente, decidam que não querem continuar, que pode ser perigoso demais. Estão satisfeitos com a visão que têm. No entanto, quer o médico ou o paciente prossigam ou não em sua investigação, quer o alpinista decida continuar a escalar a montanha ou não, a “vista” será a mesma, existam ou não pessoas que a observem. O que acontece no corpo é traduzido para a mente, e vice-versa.
No caso específico desse homem sofrendo de úlcera, já analisei como ele pode ser tratado em nível físico, com dieta e antiácidos. Já sei também, se ele e seu médico assim desejarem, de que maneira o nível psicológico poderia ser examinado – a sua vida familiar, os padrões de trabalho, finanças, emoções.
De que maneira a “úlcera” poderia ser examinada de um ponto de vista espiritual? À primeira vista, é difícil identificar qualquer tipo de conexão e seria pouco apropriado o médico sugerir que houvesse alguma. No entanto, se o paciente decidisse examinar outras questões, como:
Que significado tem essa úlcera para mim?
Qual é o objetivo dessa úlcera?
Para que essa úlcera se alojou no meu corpo físico?
Poderia desenvolver uma imagem melhor (visão) de mim mesmo, e do mundo, ao desenvolver essa úlcera?
Talvez venha a ter uma melhor compreensão, não física ou psicológica, porém um nível mais profundo de “compreensão” que inclui uma apreciação mais completa, “holística”, da sua própria situação.
A úlcera pode representar também a “fome” de amor. Talvez seja a expressão física de algum desejo não expresso, ou de alguma coisa “roendo” a vida do paciente.
O caráter físico dos sintomas ou da doença e a metáfora ou analogia que o indivíduo utiliza podem ajudar a identificar um sentido mais profundo de significado.
Expressões como “carregar” um peso nas costas, algo que “nos cortou o coração”, que é difícil de “engolir” e outras são metáforas que descrevem um estado de espírito ou emoção que acontece no campo físico. Aprender a traduzir a “doença” em imagens ou expressões pode nos ajudar a entender o significado que têm em nossas vidas. É este desejo de procurar o significado e examinar as conexões entre os acontecimentos que proporcionará as lições “espirituais” que valem a pena serem aprendidas.
Algumas pessoas conseguem obter uma compreensão da doença que não vai além do nível físico. No entanto, a verdadeira abordagem “holística” exige que tanto o médico quanto o paciente cheguem a um grau muito mais profundo e complexo de exploração. Para isso, é necessário que a pessoa encontre a sua verdade dentro da crença que lhe faça sentido.
A verdade é relativa, pois varia de pessoa para pessoa, ou seja, a minha verdade é diferente da sua verdade. O que você acredita hoje, não contém a mesma verdade do passado, pois hoje você já possui outras crenças que se efetivaram através de experiências e vivências.
Arthur Schopenhauer diz que:
“Toda a verdade passa por três etapas:
Primeiro, ela é ridicularizada.
Depois, é violentamente antagonizada e, por último, ela é aceita universalmente como auto-evidente”.
Acredito, porém, que para muitas pessoas as conexões entre o corpo e a mente são relativamente aceitas, mesmo que apenas em grau ínfimo.
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Segundo a autora Cristina Cairo, em seu livro “Linguagem do Corpo”, Editora Mercuryo, a mente é o ponto de partida da saúde e o pensamento é o seu leme.
Veja uma lista de doenças com as suas respectivas causas:
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