
A sua queixa era relatada entre lágrimas : “ele não me deseja, não me quer, mas sinto-me atraída por ele”. Foi sincero ao dizer que não a amava , mas ela não aceitava tamanha rejeição.
Porém a questão não estava apenas no presente. Por mais de 30 anos, este sentimento de humilhação e rejeição a perseguia.
Em transe hipnótico, lembrou-se dos seus 8 anos, ocasião em que seus colegas de classe começavam, sem motivo aparente a chutar a sua “mochila” comprada em lojas do “povão”.
A ideia e a sensação de pobreza ainda estavam nela, mesmo sendo uma empreendedora de sucesso.
Mas o que tem a ver a memória de humilhação aos 8 anos com o relacionamento atual? TUDO.
Como a mente inconsciente ou subconsciente não raciocina, a minha paciente não conseguia entender o qua a prendia ao relacionamento abusivo atual.
E como contra partida, o seu lado “adulto” ofereceu à criança interior ferida os recursos de que ela necessitava para encarar os fatos como são.
A ressignificação foi tão perfeita que a partir daquela rejeição, sem chorar e com determinação, tomou a decisão de seguir sem ele com a certezade que o companheiro ideal chegaria em breve.
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